Que competências serão necessárias para ser um grande líder no futuro? Um mundo em constante mudança irá exigir aos profissionais em posições de liderança adaptação e aceitação da diversidade, revela um estudo recentemente publicado pela Deloitte.
De acordo com a consultora, existem quatro megatendências a mudar as prioridades dos negócios a nível global e que vão exigir líderes inclusivos para levar as organizações a bom porto:
• Diversidade dos mercados
A procura está a mudar, sobretudo, nos mercados emergentes. Com classes médias em crescimento, estes mercados representam uma enorme oportunidade de crescimento para muitas organizações em todo o mundo.
• Diversidade dos consumidores
O perfil demográfico e o comportamento dos consumidores estão em mudança. ‘Armados’ com cada vez mais tecnologia e com maiores possibilidades de escolha, os consumidores esperam mais personalização.
• Diversidade das ideias
A tecnologia digital e a hiperconectividade estão a transformar os valores das organizações e a natureza do consumo e da concorrência. Inovar rapidamente é uma prioridade para todos os negócios.
• Diversidade de talento
Mudanças no perfil e na formação dos colaboradores e crescentes expetativas de igualdade de oportunidades e de balanço entre a vida pessoal e profissional estão a impactar o capital humano em todo o mundo.
O estudo da Deloitte defende que para os líderes habituados a ecossistemas homogéneos, estas tendências vão exigir uma rápida adaptação, sobretudo no que diz respeito a orientação e influência dos outros. Mas a competência mais importante para liderar no futuro será, segundo a consultora, ser um líder inclusivo.
A investigação da Deloitte mostra que existem seis atributos que fazem de um líder um líder inclusivo: Compromisso; Coragem; Reconhecimento dos Preconceitos; Curiosidade; Inteligência Cultural; e Colaboração.
Compromisso
Os líderes inclusivos, segundo a Deloitte, estão comprometidos com a diversidade e com a inclusão. “Ser inclusivo e aceitar a diversidade é um desafio. Exige tempo e energia, dois dos bens mais preciosos de um líder”, explica a consultora.
Então, o que pode levar um líder a apostar todos os seus recursos na procura de diversidade? De acordo com o estudo, para a maioria dos líderes a motivação para a procura de maior diversidade e inclusão é um maior alinhamento com os seus valores pessoais e um maior sentido de justiça e igualdade de oportunidades.
Coragem
Os líderes inclusivos não têm receio de falar e de desafiar os padrões, e são humildes e honestos em relação às suas forças e fraquezas.
Ser capaz de desafiar é, talvez, a atitude mais importante de um líder inclusivo e deve acontecer em três níveis: com os outros, com o sistema vigente e consigo próprios. Mas exige coragem. “Ser um agente de mudança pode implicar alguns desafios por parte dos outros (…) Os líderes inclusivos têm a coragem de falar sobre si próprios e de revelar, de uma forma pessoal, as suas próprias limitações. Em vez de se afastarem do desafio que são as imperfeições, os líderes altamente inclusivos adotam uma atitude de humildade”, diz o estudo.
Reconhecimento dos Preconceitos
Os líderes inclusivos tentam autorregular-se para garantir justiça e para reconhecer preconceitos pessoais e da organização. “A um nível individual, [os líderes inclusivos] estão conscientes de si próprios e reconhecem que as suas organizações, apesar das melhores intenções, têm preconceitos inconscientes, e colocam em prática políticas, processos e estruturas para mitigar esses preconceitos”, defende a Deloitte.
Curiosidade
Os líderes inclusivos são abertos, demonstram uma enorme vontade de entender os outros e em experienciar o mundo e têm uma enorme tolerância para a ambiguidade. Porque é que a curiosidade é tão importante? Porque com ela vem a aposta na aprendizagem e em novas ideias, e num mundo em mudança, se não temos curiosidade, não estamos a aprender.
Inteligência Cultural
Os líderes inclusivos sentem-se confiantes e são eficientes quando fazem interações multiculturais. “Apesar de o entendimento das semelhanças e diferenças culturais ser importante, os líderes inclusivos entendem como é que a sua própria cultura impacta a sua visão do mundo e como os estereótipos culturais podem influenciar as suas expetativas em relação aos outros”, indica.
Colaboração
Os líderes inclusivos promovem o crescimento individual dos membros das suas equipas e promovem equipas que assentam na diversidade. “No seu cerne, a colaboração tem a ver com indivíduos a trabalharem juntos, a construírem sobre as ideias de cada um para criar algo novo ou para resolver algo complexo. Mas enquanto a colaboração entre pessoas semelhantes é confortável e fácil, o desafio e a oportunidade que a diversidade traz” podem ser importantes para o negócio, diz a Deloitte. Para os líderes inclusivos, a diversidade de pensamento é um ingrediente essencial numa colaboração eficaz.
in ” RHBizz”